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Mostrando postagens de abril, 2008

Nada a ver...

Nada a ver viver a vida assim, Sem preconceito de ter preconceito, Sem fazer o que se tem vontade, Sem desfazer o erro injustificável. Nada a ver ficar de fora, Das discussões do mundo, Das políticas internas e externas, Das parábolas de Monteiro Lobato. Nada a ver sentir vergonha, De falar em público, De usar uma roupa diferente, De sentir amor demais sem ser amado. Nada a ver fugir, Do trabalho árduo e diário, Do medo de borboleta, Do papo medíocre de boteco. Nada a ver se arrepender, Quando algo fez valer a lição, Quando a vida mostrou outro caminho, Quando a verdade fez perder um amigo. Tudo a ver acreditar, Que sem ela eu não consigo, Que a vida sempre tem sentido, Que o sonho é a realidade do mais forte!

Divisas perigosas

O mundo é uma fronteira, Cercas de arame farpado, homens fardados. Olhos iguais aos seus, iguais aos meus ao meu redor. O estica e puxa, o alarga e rasga da sociedade. O poder e a degradação, o conservadorismo e a inovação. O mundo doente, a doença é a nação. A nação é também a religião. A bondade é relativa, o gosto é o padrão. A destruição é em nome de Deus, ou deus. Não há compaixão, ninguém reparte o pão. Não existem mais Cristos, ninguém tem razão. Não é pessimismo, ninguém mais se abraça. Por mais que alguém o faça, Por mais que o amor prevaleça, Por mais que a ciência ajude. Só o dinheiro vai salvar-te, Só é o seu pensamento, seu umbigo, seu mundo. Só assim vai se sentir seguro. As divisas perigosas estão dentro de nós, Os preconceitos egoístas e prepotentes, A fé que machuca, o amor que destrói, O irmão a quem nego a mão, Aquele que quis sempre conhecer, É o meu espelho que renego sem saber.