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Mostrando postagens de novembro, 2007

Estrelas de lágrimas

O Frasco vazio é o fiasco que outrora, Encheu de preguiça uma tarde cheirosa. Deitado num canto quieto e sereno, As madeixas escorrem ao sol de dezembro. Um vinho suave no beiço é o beijo, D'orvalho que paira na curva do tempo. Deseja o desejo de ser desejada, Almeja o toque leve; ou uma palmada. O frio agora não tarda a lembrar, O passado se esconde, ali, naquele lugar. A Janela vazia, molhada, trêmula, O caos de si mesma, a tempestade a invadi-la. Não é a solidão, não é a apatia. É talvez o desfecho, ou seu próprio desleixo. É um nó, é um só. É o breu que bebeu.

CHUVA TRISTE

Olha a chuva que cai triste na janela Quem é ela? Quem é ela? Acho que estou gostando de alguém, Acho que estou vingando um desdém Não tenho paciência para a tristeza Vivo cada dia pensando na beleza... Minha da dela, um sopro, uma loucura, um ponto sem fim, um poema sem rima. Passo assim as tardes chuvosas de domingo. Vendo um pedaço de mim se desprender, para alcançar um outro. Vejo meu corpo em fragmentos de pensamentos, Vejo olhos tristes nos meus, vejo uma luz fosca me embriagar, quero sair, quero mudar. Não tenho mais os anos que se passaram, Não tenho um sonho sequer de minhas fugas insólitas por labirintos existenciais. Tenho medo do futuro frustrado, tenho medos demais. Tenho a vida como um rio de águas turvas e turbulências inesperadas, mas meu passo é reto de tão torto. Não deixo mais meu passado ecoar... Não quero mais me esquecer de amar... Estou perto de dizer uma palavra que escapa, tenho três livros mudos... Vivo imundo, cheio de pecados que me lavram como um instrument