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Mostrando postagens de novembro, 2008

A cidade nua

Chove na capital paulistana e a noite brilha. Um cigarro, um sorriso, um jeito cambaleante de ver a cidade se encolher. Toda melancolia da chuva invade os pulmões em mais um trago. Me vejo de repente num filme nacional. Sinto sede do sexo, cheiro do álcool, volúpia da embriaguez. Todos os cantos da cidade pulsam sob o sábado de novembro. Eu fico pensando nas pessoas indo para as baladas. Também penso na cama molhada do dorme-sujo. Quantas faces têm São Paulo? Seu nome de santo é um santo remédio? Não há prazer na indiferença de toda a diversidade cultural. Onde esconde o suicídio? A janela será a próxima a atirar um corpo. Com todo desgosto, com toda mácula enrustida na solidariedade política. Quantos milhões a cidade tem que gastar para se iluminar Quantos milhões há nos Jardins, quantos faltam no Ângela? São todos os impérios que quero revogar, Passei anos tentando um refúgio, mas agora quero voltar. Os carros cantam, brigam e dançam e a moto quer passar. Nos faróis são milhares, são

Finados, saudades de mim também

“Ó morte tu que és tão forte, que matas o gato, o rato e o homem” Raulzito. Lembro do dia da morte do meu avô Oriovaldo. Eu tinha acabado de fazer minha primeira Tattoo e ele era uma das pessoas pra quem eu fazia questão de mostrar. Ele tinha um lado revolucionário e conservador ao mesmo tempo e só sua opinião sobre minha atitude me dariam alicerces verdadeiros para minha filosofia de vida. Não ouvi. Essa foi a primeira morte sentida da minha vida. Depois minha vó Eneida, a sãopaulina mais fiel que já conheci, torcedora ferrenha que me ensinou dentre outras coisas a amar esse time. Também deixou saudades tão enraizadas que sua força reverbera por todos os atos da família até hoje. Recentemente morreu o Tio Nico. Ele era um símbolo de vida de dedicação à mulher, aos filhos e netos que dificilmente verei de novo. Quando penso neles penso em minha própria vida. Quantas noites perdi pensando na minha morte, quantos sonhos levei tiros quentes e continuei vivo, esperando sentir dor ou algo q