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Mostrando postagens de outubro, 2009

Sutiã de pano

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Deus, quando fez a mulher, adornou suas linhas com belos seios, mas eis que a sociedade pós-moderna resolveu que eles deveriam ser grandes e duros. Será? A estética partiu para a violência das cirurgias plásticas que obedeceram a “tendência” da moda. Seios redondos, bem servidos, duros e bicudos pipocaram com as mais abastadas que puderam fazer a cirurgia, mas a violência não parou ai. As mulheres de peito pequeno e sem grana estavam excluídas do pacote estético da Boa Forma e então surgiram os sutiãs com bojo, enchimento, E.V.A (?), e acabaram de vez com a sensualidade. É raro hoje ver uma mulher que fuja desta atrocidade, mas quando elas aparecem são um verdadeiro colírio para os olhos de quem ama o corpo feminino. Como é gostoso perceber a liberdade das mulheres de peito (metaforicamente) ao desfilar ao vento suas curvas que obedecem a lei da gravidade de forma sutil e desenvolta. É lindo perceber que por baixo do sutiã de pano, os bicos podem desflorar com o frio e o vento, que as

Eu não me conformo!

Eu não quero saber das mudanças que vivi, não quero pensar mais no frio, nem no meu emprego, quero ter uma conversa com Deus, quero pegar a mochila e colocar dentro minha família para viajarmos o mundo, quero surfar num mar quente e com altas ondas, quero comer um peixe assado na brasa e deixar a pinga me entorpecer sem pensar na ressaca. A cidade é suja, é molhada e ingrata. Minha casa também é fria, mas minha família não. Meu computador é novo, meu tênis também, mas meu carro é velho e minha prancha também. Escapo todos os dias da morte dos meus ideais, sinto medo por mim, medo de desistir de tudo antes que algo realmente bom aconteça. Tenho tantas conquistas, mas nenhuma delas fez o mundo girar, nenhuma delas alcançou a dimensão das minhas ambições. O mundo continua a caminhar a passos largos para sua total destruição, que inclusive tem data na web para acabar. 21 dez 12. Será? Pensando nisso, descubro que tenho pouco tempo. Pouco tempo para me tornar imortal, não pela academia, mas

Muito frio congela o cérebro

Dos dias frios desse ano eu já perdi as contas. Fiquei esperando ansiosamente por uma virada na primavera e ela não veio. O dia começa com a ventania típica de inverno e a garoa fina paulistana não dá trégua. Fico até sem jeito pra escrever sobre esse tempo de tempos incertos no clima. Que saudades do verão! Lembro daquelas chuvas que espalham o cheiro do asfalto e são bem-vindas no calor. Lembro do sorvete de máquina que a gente compra na praia. Das meninas com pouca roupa e sandália. Lembro do surf em ondas pequenas e quentes, dos passeios pelo bairro sem destino para espantar o calor sufocante. O verão deixa lembranças coloridas na mente, o inverno deixa um inevitável gosto de tristeza no ar. Eu me congelo também. Fico pensando entre um cigarro e outro o que poderia escrever para espantar o frio. Penso na tristeza de estar preso em casa. Nas blusas que me prendem no corpo, na minha vida inteira em preto e branco. Assim é a fotografia do inverno. Cinza, ela perturba não pela falta de