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Mostrando postagens de setembro, 2006
Continuando a decifrar meus sonhos lembro-me de um que se repetia na minha infância e era muito engraçado, apesar de angustiante. Sonhava que estava sem as calças no colégio. Pelado da cintura pra baixo. Já imaginou? Me via sempre na hora do recreio em corredores apertados tentando esconder minha transparência, no entanto o mais engraçado é que ninguém notava. Parecia que era normal, mas só eu estava assim. Acordava sempre procurando saber o porque desse sonho esquisitão. Talvez com uma ligação bem distante tenha a ver com um dia que tive de sair do colégio sem as calças de verdade, mas não sei se alguém viu pois minha mãe pôs a bolsa na frente do meu bimblau e foi atrás de mim cobrindo minha retaguarda. Aconteceu que nesse dia (guarde que eu tinha uns cinco anos) eu me caguei nas calças e elas foram jogadas fora devido... bom devido a algo que vocês imaginam... O que me intrigava mesmo era tentar associar o sonho à minha realidade naquele tempo que eu tinha o sonho repetido. viva semp

Realidade Freudiana - Tô aqui.

Estava eu em frente ao micro, olhando pra ele e pensando: Será que um dia vou olhar pra um micro cheio de redações pra fazer? Não sei. Será que terei meus quinze minutos de fama no jornalismo? Não sei. Aliás quanto mais velho fico mais percebo que nada sei. Filosofando... Anteontem foi quinta-feira e me peguei delirando num sonho. Minha casa estava toda escura e na minha sala tinha uma escada pro apartamento de cima. De lá vinha uma luz esquisita. Fiquei com medo e não subi, mas uma mulher desceu. Sinistra, cheia de aura e com cara de morta. Acho que me deparei com alguém que já viveu por ali. Será? Minha TV queimou então tive que colocar a do quarto na sala, voltando a mulher sobrenatural que agora estava de pé na janela do apartamento superior, duas tvs apareceram de repente no meu quarto. Uma delas ligada naquele canal do Polterghister (?) Vislumbrei vidas passadas. Pensei no suicídio da mulher louca de cabelos de fogo, que em nenhum momento volveu seu olhar absorto no fundo da gar

Literatura - Rota 66 - Caco Barcellos

BARCELLOS, Caco. Rota 66, 35. ed. – São Paulo: Globo, 2001. A investigação jornalística sempre leva assinatura de uma personalidade corajosa e criativa, preceitos báscios para uma boa história recheada de revelações, muitas delas assombrosas. Assim é Caco Barcellos em Rota 66, sua infiltração nos meios sórdidos da polícia dos anos 70, nos remete a uma injustiça incalculável e à reflexão do quão longe estamos de termos a cegueira desanuviada de nossos olhos. As perseguições meticulosamente detalhadas, os números profundamente e exaustivamente estudados pelo autor e seus colaboradores nos trazem a realidade com mais força neste livro. Pessoas inocentes morrem covardemente na mão desta, que era a esperança de segurança em São Paulo, polícia autoritária e soberana. Quando lemos os relatos nas favelas e nos colocamos no lugar de um transeunte que testemunha um assassinato, nos sentimos tão impotentes quanto os personagens foram in loco . Depois de ler compreendi por que minha mãe nos idos d

A Utilidade disfarçada dos meus dedos

Semestre passado numa aula de antropologia ouvi algo que despertou meu interesse. Não sei bem do que estávamos falando, mas lembro de ouvir minha professora dizer da inutilidade dos dedinhos do pé. Logo me chamou a atenção, pois meus dedinhos possuem uma particularidade no assunto: eles não encostam no chão. Isso mesmo, vivem suspensos no ar por causa de uma má formação que vou explicar em seguida. No fundo a pergunta continua latejando na minha mente: para que servem os dedos mínimos do pé? Não proporcionam equilíbrio, não coçam o outro pé por estarem distantes e são tão pequenos que passam quase sempre despercebidos. Quase. Minha angustia não se deve ao fato de sua utilidade física corpórea, mas especialmente pela função estética que possui. Tudo começou quando tinha apenas 10 anos, e isso já faz algum tempo. Minha madrinha de batismo trazia para mim em todos os aniversários um tênis Yate, cada ano de uma cor, no entanto todo ano ela comprava um número menor do pé que crescia normalm