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Não me iludo

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Tudo permanecerá do jeito/ que tem sido... A música de Gilberto Gil muda como muda a vida. Ouça: ... transcorrendo, / transformando / tempo espaço navegando todos os sentidos..." Essa transformação nos levará de volta ao Pai. Mas como abraçá-la e transformá-la também na pura vida? Como aceitar o que não se pode mudar, ao passo que não tem por onde? O limite, é o limite. Cada um tem o seu. Nossa alma avoa, enquanto a cabeça perece. Ela se solta rápido de vícios e virtudes, enquanto a cabeça vive cheia de hábitos. Velhos hábitos enfileirados na prateleira que diz "Coisas que tenho que fazer" pesam como chumbo preto no peito do pequeno sonhador. Quanto tempo tenho que sonhar um sonho que se sonha só? Um sonho que se sonha junto é realidade, mas sonho que se sonha só... Raul então corta a sala de visitas e com a sutileza de seu indecifrável sorriso nos apresenta um dilema. Será que era uma borboleta sonhando que era um sábio chinês, ou um sábio chinês sonhando qu

Namaste Amém

Passo agora os tempos de reflexão suprimindo anseios terrenos. Uma atmosfera astral tomou conta da minha vida desde que me dediquei à arte da Yoga. São ares novos que respiro profundamente na minha vida e olhando de relance, vejo que preciso retratar-me também sob esse novo prisma. Vou fazê-lo a conta-gotas para que percebam a intensidade desse deleite. Autoconhecimento. Parece tão profundo e distante, mas está ao alcance das mãos. Levantar, sentar, dobrar e desdobrar. Respirar. Respire e perceba. Respire profundamente e sinta. O ar é o alimento mais essencial e abundante da vida. (E eu anos mandando fumaça pra dentro). Delicioso ar. Se conhecer requer concentração, mas para não ser tão chato, basta prestar atenção. Você sabe como é seu corpo, ok? Sim. Parta deste principio e descobrirá tesouros. Qual é seu limite de tempo para ficar agachado? Com o corpo torcido, quanto cabe de ar nos teus pulmões? Comece por ai. Medite. Gaste um tempo do seu precioso tempo olhando

Contrastes...

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Dormir e acordar, despertar para um mundo só seu em pensamentos suaves e distantes. Eu não estava ali. Só sentia um ambiente estranho, como se não conhecesse minha própria cama. Como se tudo ao redor fora modificado para sempre, mas dentro de mim não fora. Foi assim: ontem o calor me sufocava e o lençol não dava conta do suor. Minha alma estava leve e poderia ser levada por uma brisa. Eu abri os olhos e já era dia. Me levantei, mesmo cedo demais, e abri todas as portas e janelas. O cheiro é instantâneo. A relva resplandecente me abraçava como a um irmão. Um sorriso brotou antes dos dois olhos se abrirem. Ao longe o rio corria tão mansamente que podemos dizer que ele andava, sereno e calmo. Mas ao seu redor uma turba eufórica se atacava feito um carnaval a busca de alimentos. Os pássaros gorgolejavam em tons, intensidades, e timbres diferentes. Altos, concisos, disputando cada ouvido que se atinasse para a sinfonia. Eu estava realmente lá. Em tudo, a maresia, o cheiro de mar era