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Chuva!

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"Ô chuva, lhe peço que caia devagar, só molhe nosso povo de alegria, para nunca mais chorar..." A estiagem que castigou e continua castigando São Paulo, trouxe um gosto inexplicável para os dias de chuva. Antes, era uma chuva de lamentos, a roupa que não seca, o trânsito que não anda, enchentes... agora ela representa outra esfera da nossa rotina. Choveu semana passada torrencialmente na hora do rush. Mais paulistano que isso impossível. Parei no posto e vesti minha capa para seguir em minha moto. Perto de uma árvore senti o primeiro prazer esquecido da chuva. O cheiro. A árvore molhada libera um cheiro que leva para outros lugares, como Ubatuba, por exemplo. A floresta imponente liberando seus feromônios tropicais causando felicidade. Na cidade, algumas chuvas trazem consigo o cheiro do mar. Um cheiro de peixe fresco e porto do cais. A água que mata a sede, também mata a saudade. A loucura da rotina ativa os pensamentos num turbilhão de responsabilidades suscetív