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Mostrando postagens de dezembro, 2006

Brasmo do Errádico.

Insuportavelmente eu. Cheio de eumismos caio nos inventos de minha psicologia barata regada a vinho de mesmo preço e ao som da Janis no mais alto volume. Um bêbado. Sexo, ideologia e muito rock´n roll, não tenho sentido pra escrever apenas escrevo, não tenho escrúpulos vexatórios que me façam desistir de algo que nem sei se fere, nem sei se mata. A vida não é um barato total, é uma luta, de verdade. Lutamos pra sair do ventre, lutamos contra as pernas bambas que não sabem andar, lutamos contra a adolescência que não sabe se vai ou fica, lutamos pra conquistar uma mulher pra levar pra cama e amar e fazer filho e casar, não nesta ordem necessariamente, mas uma coisa é certa: chega de floreios estudantis que regam nossa cabeça de ilusão, em que tudo é poesia e diversão, somos adultos e o som acaba. Quando me vejo no espelho hoje, tenho a nítida certeza de que não sou eu quem está ali e sim o que a sociedade fez de mim, o que a cruel cultura dos que nos cercam quis que eu fosse, e cadê eu?

A vida loka.

Parado numa esquina de um bar, um lar de ninguém, um lugar perigoso... Chego a pensar numa dor de barriga, que poderá me apertar, num banheiro sujor pra cheirar, uma casca de ferida roçando no jeans, uma luta contra esteriótipos de mim mesmo. O movimento é o crime que se esconde num sorriso amarelo, num bebado que vem lhe comprimentar com um sorriso sem dentes, no pacote escondido na mesa de bilhar... A vida é um papel escrito e sugado feito fumaça, feito dinheiro que queima como oxigênio. Gênio é o tempo que sabe notar que o balcão da esquina abriga almas embrenhadas na arte de fugir. A fuga enrolada, inalada, bebida, impregnada de falsas conclusões, é o comércio de ilusões. Num planetóide onde tudo se vende, todos os desenhos deste canto de balcão é vendido como uma situação com suas glórias e derrotas. A aventurança se acaba quando a troca é feita, uma via de duas mãos, uma segura o dinheiro a outra a ilusão.