Tem lugar o ciúme.
Enquanto caminhávamos para fora da festa e sentíamos o vento frio da noite paulistana pensei que tudo podia se acabar ali. Ela estava parada no tempo, com olhos distantes e interessada no vazio. Encurtei o passo para vê-la caminhar e percebi que duas coisas poderiam acontecer. Uma grande revelação, ou um grande desengano. Meus olhos se desviavam para outro lugar que não ao lado dela e um tanto do seu temperamento mudava. Eu estava calado a maior parte do tempo e aquela festa estava chata, com poucos conhecidos e uma sensação de erro, repetição e erro. Queria mudar, queria sair. Disfarcei e fingi sorrir. Ela percebeu. Um dia antes eu estava indo buscá-la em sua casa quando a vi sair de um carro estranho. Esperei, vi a despedida com um beijo e senti a primeira fisgada no peito. Jurei para mim mesmo não falar nada a respeito, eu não tinha visto nada, escutado nada, mas meu ciúme é doentio, incontrolável. Desviei o pensamento sarcástico para algo de bom, algo que me trouxesse de novo ao ch