Tem lugar o ciúme.
Enquanto caminhávamos para fora da festa e sentíamos o vento frio da noite paulistana pensei que tudo podia se acabar ali. Ela estava parada no tempo, com olhos distantes e interessada no vazio. Encurtei o passo para vê-la caminhar e percebi que duas coisas poderiam acontecer. Uma grande revelação, ou um grande desengano.
Meus olhos se desviavam para outro lugar que não ao lado dela e um tanto do seu temperamento mudava. Eu estava calado a maior parte do tempo e aquela festa estava chata, com poucos conhecidos e uma sensação de erro, repetição e erro. Queria mudar, queria sair. Disfarcei e fingi sorrir. Ela percebeu.
Um dia antes eu estava indo buscá-la em sua casa quando a vi sair de um carro estranho. Esperei, vi a despedida com um beijo e senti a primeira fisgada no peito. Jurei para mim mesmo não falar nada a respeito, eu não tinha visto nada, escutado nada, mas meu ciúme é doentio, incontrolável.
Desviei o pensamento sarcástico para algo de bom, algo que me trouxesse de novo ao chão da razão e consegui um pouco de equilíbrio. Desci e toquei a campainha.
Ela me beijou na boa e sorriu. Fiquei parado vendo a bela que roubou meu coração me convidando a entrar. Eu gosto de observá-la. Enquanto passava para dentro e cumprimentava seus pais, senti as palavras amargas de desconfiança e raiva subirem até minha garganta e voltarem. Perdi a graça.
Eu queria sair, poder ficar um pouco com ela, mas ela disse que estava cansada e pediu para ficarmos em sua casa. Fomos para a cozinha e eu me segurando para não falar nada enquanto ela esquentava algo no fogão. O ciúme é algo engraçado para as pessoas que nunca sentiram, porque parece realmente que a pessoa esquece-se de que o sentimento maior deveria conduzir os impulsos e atitudes, mas quando algo instigante passa pela cabeça de um ser apaixonado a própria excitação com o fato leva o individuo ao extremo.
Quando eu perguntei porque ela estava cansada, sem querer dei margem ao inquérito que tentei engolir. A resposta óbvia e esperada me fez sentir o gosto do fel. Fui ao banheiro. Xinguei a imagem no espelho de idiota e por fim de corno. Voltei com raiva, e, decidido a tirar a limpo, fui direto ao ponto. Perguntei como foi a volta para a casa e ela me disse que o ônibus estava lotado. Isso foi o suficiente para que pequenos insultos começassem a surgir e o inquérito que tentei evitar saísse sem lhe dar tempo para responder. A agressividade chegou à sala e seu pai foi tomar um copo de água me olhando de cima para baixo. Não terminei ai. Ela me explicou que seu colega deu carona apenas do mercado onde desceu do ônibus até sua casa. Mas não era mais eu quem estava ali. Ofendi, chamando-a de vagabunda. Antes de sair vi uma lágrima descer em seu rosto. Não me despedi de seus pais.
Tudo era mais que suficiente para ela desistir de ir à festa, mas ela topou. Enquanto meu orgulho calava, eu esperava que ela me dissesse algo punitivo e terminasse o namoro. Ela disse algo diferente, inesperado. Disse que me amava, que nunca faria nada para me magoar e que meus olhos pediam desculpa a todo o momento. Eu lhe falei de um lugar onde nos sentiríamos no deserto. Sua gratidão me confortou. Partimos em silêncio.
Meus olhos se desviavam para outro lugar que não ao lado dela e um tanto do seu temperamento mudava. Eu estava calado a maior parte do tempo e aquela festa estava chata, com poucos conhecidos e uma sensação de erro, repetição e erro. Queria mudar, queria sair. Disfarcei e fingi sorrir. Ela percebeu.
Um dia antes eu estava indo buscá-la em sua casa quando a vi sair de um carro estranho. Esperei, vi a despedida com um beijo e senti a primeira fisgada no peito. Jurei para mim mesmo não falar nada a respeito, eu não tinha visto nada, escutado nada, mas meu ciúme é doentio, incontrolável.
Desviei o pensamento sarcástico para algo de bom, algo que me trouxesse de novo ao chão da razão e consegui um pouco de equilíbrio. Desci e toquei a campainha.
Ela me beijou na boa e sorriu. Fiquei parado vendo a bela que roubou meu coração me convidando a entrar. Eu gosto de observá-la. Enquanto passava para dentro e cumprimentava seus pais, senti as palavras amargas de desconfiança e raiva subirem até minha garganta e voltarem. Perdi a graça.
Eu queria sair, poder ficar um pouco com ela, mas ela disse que estava cansada e pediu para ficarmos em sua casa. Fomos para a cozinha e eu me segurando para não falar nada enquanto ela esquentava algo no fogão. O ciúme é algo engraçado para as pessoas que nunca sentiram, porque parece realmente que a pessoa esquece-se de que o sentimento maior deveria conduzir os impulsos e atitudes, mas quando algo instigante passa pela cabeça de um ser apaixonado a própria excitação com o fato leva o individuo ao extremo.
Quando eu perguntei porque ela estava cansada, sem querer dei margem ao inquérito que tentei engolir. A resposta óbvia e esperada me fez sentir o gosto do fel. Fui ao banheiro. Xinguei a imagem no espelho de idiota e por fim de corno. Voltei com raiva, e, decidido a tirar a limpo, fui direto ao ponto. Perguntei como foi a volta para a casa e ela me disse que o ônibus estava lotado. Isso foi o suficiente para que pequenos insultos começassem a surgir e o inquérito que tentei evitar saísse sem lhe dar tempo para responder. A agressividade chegou à sala e seu pai foi tomar um copo de água me olhando de cima para baixo. Não terminei ai. Ela me explicou que seu colega deu carona apenas do mercado onde desceu do ônibus até sua casa. Mas não era mais eu quem estava ali. Ofendi, chamando-a de vagabunda. Antes de sair vi uma lágrima descer em seu rosto. Não me despedi de seus pais.
Tudo era mais que suficiente para ela desistir de ir à festa, mas ela topou. Enquanto meu orgulho calava, eu esperava que ela me dissesse algo punitivo e terminasse o namoro. Ela disse algo diferente, inesperado. Disse que me amava, que nunca faria nada para me magoar e que meus olhos pediam desculpa a todo o momento. Eu lhe falei de um lugar onde nos sentiríamos no deserto. Sua gratidão me confortou. Partimos em silêncio.
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