Namaste Amém
Passo agora os tempos de reflexão suprimindo anseios
terrenos. Uma atmosfera astral tomou conta da minha vida desde que me dediquei
à arte da Yoga. São ares novos que respiro profundamente na minha vida e
olhando de relance, vejo que preciso retratar-me também sob esse novo prisma.
Vou fazê-lo a conta-gotas para que percebam a intensidade
desse deleite.
Autoconhecimento.
Parece tão profundo e distante, mas está ao alcance das
mãos. Levantar, sentar, dobrar e desdobrar. Respirar. Respire e perceba.
Respire profundamente e sinta. O ar é o alimento mais essencial e abundante da
vida. (E eu anos mandando fumaça pra dentro). Delicioso ar.
Se conhecer requer concentração, mas para não ser tão chato,
basta prestar atenção. Você sabe como é seu corpo, ok? Sim. Parta deste
principio e descobrirá tesouros. Qual é seu limite de tempo para ficar
agachado? Com o corpo torcido, quanto cabe de ar nos teus pulmões? Comece por
ai. Medite.
Gaste um tempo do seu precioso tempo olhando para si mesmo
de olhos fechados. Veja as imperfeições do seu rosto (o meu tem). Escute (por
dentro) o seu coração, e vislumbre a Yoga. Mergulhe em si mesmo desafiando os
desejos, vontades irrefreáveis, ambições fúteis e desfrute desse
autoconhecimento. Valorize a vida.
Paz.
Logo que comecei, estranhei. Nada disso eu percebia, queria
arrumar apenas equilíbrio pra surfar, mas a conexão logo cresceu e sem querer
meu despertar espiritual também aconteceu.
Fui fazer uma promessa para conseguir uma promoção no
emprego, entrei na igreja e fui imediatamente arrebatado por uma emoção incontida.
Chorei antes de começar a missa. Chorei copiosamente sem conseguir nem ao menos
saber por quê. Deixei-me levar. ‘O padre fala bonito’ consegui pensar afinal.
Desde então, bato cartão. Domingo é dia de missa.
Voltando a meditação e a oração que na verdade caminham opostamente
juntas, elas buscam o mesmo objetivo. Quando medito, invariavelmente tenho
dificuldade de retirar pensamentos escusos da cabeça. Vejo-os como obstáculos
que me impedem de chegar ao cerne da questão. A paz. A minha paz. A renúncia de
todos eles em nome da paz.
De mãos dadas na igreja (O Padre Cláudio é um santo homem)
sorrimos sempre ao dizer “O amor de Cristo nos uniu”. Essa paz vem de fora, a
outra de dentro. A paz não tem preço, seja ela qual for tem que extrapolar as
fronteiras do seu corpo.
De olhos abertos oferecemos então nosso Deus interior em
homenagem de paz ao Deus interior de seu interlocutor unindo as mãos em frente
ao peito e nos saudando: Namaste ou Amém.
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