Vida Vadia.

Corre para um lado, corre para o outro, no meio há sombras, no fim há lágrimas.
Estúpido destino, de revoltas amorosas, de traições a si mesmo.
Vida vadia que parte do nada, no nada evolui, pro nada se vai.

Crente, descrente do que aconteceu, ora chora, ora bolas!
Um ímpeto imbecil do órgão que infla.
Cabeça esquecida, guarnecida de autocontroles.

Sobra o peso da pena que sente da sombra que vê.
Sobra o gosto salgado do choro malogrado no destino escancarado.
O fim de uma vida entrementes a dor.

Um sofrimento impugnado na alma que perpetuará.
Os passos tortos de um segredo revelado.
Como um cachorro, come a comida repartida.

Lastima-se sobre o mal executado, sem perdão ou compaixão.
Vende no vento do tempo uma história de desilusões, causadas, sentidas, sofridas.
Vida vadia que não vale o escrúpulo da culpa que carrega.

Tornar a morte um objeto de desejo, no desespero do destempero que a mágoa faz viver.
Trajar o luto eterno, no desconforto de estar sendo observado por olhos alheios.
Abrir o peito e entregar o coração ao azar de um pequeno enfarto.

No curto espaço de tempo do pensamento que vingou.
O fundo do copo cheio que esvaziou, refletiu seus olhos.
E num toque mágico em seu ombro a vida vadia o chamou, apenas virou-se e caminhou.


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