Continuando a decifrar meus sonhos lembro-me de um que se repetia na minha infância e era muito engraçado, apesar de angustiante. Sonhava que estava sem as calças no colégio. Pelado da cintura pra baixo. Já imaginou?
Me via sempre na hora do recreio em corredores apertados tentando esconder minha transparência, no entanto o mais engraçado é que ninguém notava. Parecia que era normal, mas só eu estava assim. Acordava sempre procurando saber o porque desse sonho esquisitão.
Talvez com uma ligação bem distante tenha a ver com um dia que tive de sair do colégio sem as calças de verdade, mas não sei se alguém viu pois minha mãe pôs a bolsa na frente do meu bimblau e foi atrás de mim cobrindo minha retaguarda. Aconteceu que nesse dia (guarde que eu tinha uns cinco anos) eu me caguei nas calças e elas foram jogadas fora devido... bom devido a algo que vocês imaginam...
O que me intrigava mesmo era tentar associar o sonho à minha realidade naquele tempo que eu tinha o sonho repetido. viva sempre engajado em lutas existenciais comigo mesmo, procurando saber a razão da minha existência e outras loucuras do gênero. Tinha complexo de inferioridade por ser escuro, moreno, não preto, mas sofri algumas descriminações por isso e me incomodava um pouco. Hoje tudo superado, mas pinto de fora ainda não.
Num dos sonhos era tanta a minha vergonha que ficava num canto apertado do pátio chorando sem demonstrar, engolindo as lágrimas como se fosse um nó na garganta e tentando entender porque ninguém vinha tirar um barato. Minha maior vingança seria sair pulando e gritando para ver se me notavam, queria dar risada das pessoas que ignoravam minha transgressão, não tinha perversão, então as meninas seriam minhas aliadas, pois elas poderiam encarar com mais facilidade tamanha babaquice.
Por fim eu cresci e parei de sonhar com isso. Hoje meus sonhos estão cada vez menos sombrios, as vicicitudes da adolescência não são mais fantasmas que me perseguem. Meus ideais juvenis estão menos apelativos e superei algumas complexidades, como a racial por exemplo.
No fundo aquela nudez estava cheia de significados que compatiam comigo na época. Um colégio de freiras, meio elitizado, cheio de patricinhas (adjetivo que não existia na época, mas as meninas sim) e mauricinhos, um ambiente perfeito para dúvidas absolutas e eu respondia baixando as calças e mostrando a bunda. Será?
Me via sempre na hora do recreio em corredores apertados tentando esconder minha transparência, no entanto o mais engraçado é que ninguém notava. Parecia que era normal, mas só eu estava assim. Acordava sempre procurando saber o porque desse sonho esquisitão.
Talvez com uma ligação bem distante tenha a ver com um dia que tive de sair do colégio sem as calças de verdade, mas não sei se alguém viu pois minha mãe pôs a bolsa na frente do meu bimblau e foi atrás de mim cobrindo minha retaguarda. Aconteceu que nesse dia (guarde que eu tinha uns cinco anos) eu me caguei nas calças e elas foram jogadas fora devido... bom devido a algo que vocês imaginam...
O que me intrigava mesmo era tentar associar o sonho à minha realidade naquele tempo que eu tinha o sonho repetido. viva sempre engajado em lutas existenciais comigo mesmo, procurando saber a razão da minha existência e outras loucuras do gênero. Tinha complexo de inferioridade por ser escuro, moreno, não preto, mas sofri algumas descriminações por isso e me incomodava um pouco. Hoje tudo superado, mas pinto de fora ainda não.
Num dos sonhos era tanta a minha vergonha que ficava num canto apertado do pátio chorando sem demonstrar, engolindo as lágrimas como se fosse um nó na garganta e tentando entender porque ninguém vinha tirar um barato. Minha maior vingança seria sair pulando e gritando para ver se me notavam, queria dar risada das pessoas que ignoravam minha transgressão, não tinha perversão, então as meninas seriam minhas aliadas, pois elas poderiam encarar com mais facilidade tamanha babaquice.
Por fim eu cresci e parei de sonhar com isso. Hoje meus sonhos estão cada vez menos sombrios, as vicicitudes da adolescência não são mais fantasmas que me perseguem. Meus ideais juvenis estão menos apelativos e superei algumas complexidades, como a racial por exemplo.
No fundo aquela nudez estava cheia de significados que compatiam comigo na época. Um colégio de freiras, meio elitizado, cheio de patricinhas (adjetivo que não existia na época, mas as meninas sim) e mauricinhos, um ambiente perfeito para dúvidas absolutas e eu respondia baixando as calças e mostrando a bunda. Será?
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