Após doze anos de fumaça tenho a impressão de que ela me incomoda, e não apenas com os conhecidos motivos como cansaço, mau cheiro, tosse intermitente e outros malefícios do fumo. Atentando para isso me perguntei pela quitrocentalhésima vez: Porque fumo? Antes de responder essa pergunta é preciso observar que não existe nenhum motivo originalmente plausível para o tabagismo, a não ser o vício, a dependência química infligida pela nicotina. Mas depois de tanto matutar percebi que existia um prazer quase invisível, algo tão singelo e talvez até subjetivo que nem se ouve falar. Todo mundo vê, mas ninguém se liga que o cigarro mexe não só com físico ou psíquico da pessoa de forma tradicional, mas também com seu senso de estética e de belo. Inventei que o verdadeiro prazer de fumar está em ver a fumaça sair pela boca. Comecei perceber quando ia fumar na lavanderia à noite e parava de fumar com o cigarro pela metade, pois não estava legal, não dava “barato”. Ao beber também ficamos inventand