A revelação do reveillon
Fico pensando em que momento o ano acabou para mim e quando começou o outro. Tirando as expectativas existentes nessa mítica do 31 de dezembro vislumbro diversos fins e começos. Parece mais que o ano acabou quando começou minhas férias, isso em 15 de dezembro, e que 2015 começou há quatro meses quando iniciei a prática da Ioga (lê-se iôga, apesar do feminino ióga). É isso que me faz diferente hoje.
As especulações não param por ai, encasquetei na minha cabeça que o tempo... esse tempo que contamos por meio de inúmeros digitais e ponteiros, traços diagonais em calendários de funilaria, anos que nos revelam mais velhos, e cada vez mais velhos, não existe. Simplesmente trata-se de uma das piores e irreversíveis invenções do ser humano.
O tempo corrosivo é composto da decomposição. Em que momento estou vivendo e em que momento estou morrendo? O que faço para viver é diferente do que faço para sobreviver. Viver é a plenitude da felicidade. Para mim, viver é se arriscar a morrer. Salvo as devidas proporções, não busco viver tentando morrer, mas o risco é inerente a este sentimento.
Desço a rua de skate numa velocidade quase incontrolável, arriscando uma manobra ou outra e naquele momento estou vivendo plenamente. Atravesso a arrebentação do mar revolto e respiro aliviado ao transpô-lo, e estou vivendo. Acendo um cigarro e pronto. Penso que estou vivendo, mas estou morrendo. Deixo as crises financeiras tomarem meus pensamentos e penso que estou morrendo. Assim a morte e a vida se revezam nesta mesma vida que terá sim um tempo determinado. Será?
Será que tem alguma coisa que fiz em 2014 que não farei em 2015? Quanto tempo leva para que essa premissa caia? Um ou dois dias? Já fumei, já comi, já chorei e já sorri, tudo em apenas dois dias. Já nadei e já corri, já peguei o skate e desisti, já pintei e já li, e vejo ai meu tesouro. É nesse breve momento do "eu to fazendo" que vivo. Ou seja, estou escrevendo. Algo que primo muito nesta vida, mas que faço muito menos do que gostaria. É neste momento que estou vivendo e sempre será. As pessoas que alcançam o sucesso sabem desse segredo. Não deixam nada para depois, não deixam nada passar, nada para a semana que vem, pois como diz a música, "semana que vem, pode nem chegar".
No calendário nada muda. Os dias continuam a se suceder no interminável amanhã, o que muda realmente é o que se faz agora. O agora é infinito e ínfimo ao mesmo tempo. Agora nunca foi e sempre será. O querer fazer nunca fez tão pouco sentido neste momento de "renovação das esperanças", pois ninguém que quer fazer faz alguma coisa. Quero dizer que não faz sentido ficar apenas querendo, tem que pôr a mão na massa e realmente fazer. Como agora esse texto que se desnuda da reflexão que fiz enquanto morria na ponta contrária da brasa. (Será que naquele momento eu vivia?).
Vou experimentar esse ano que começa ser apenas o que sou. Vou experimentar não querer nada e fazer algumas coisas. Vou experimentar regular essas páginas e escrever... quem sabe um livro. Vou viver mesmo quando estiver morrendo, pois morte e vida são a mesma coisa, são a mesma linha com pontas diferentes. Acima de tudo, vou compreender melhor o tempo ignorando sua existência. Apenas o sentindo na palma (e rugas) das minhas mãos.
As especulações não param por ai, encasquetei na minha cabeça que o tempo... esse tempo que contamos por meio de inúmeros digitais e ponteiros, traços diagonais em calendários de funilaria, anos que nos revelam mais velhos, e cada vez mais velhos, não existe. Simplesmente trata-se de uma das piores e irreversíveis invenções do ser humano.
O tempo corrosivo é composto da decomposição. Em que momento estou vivendo e em que momento estou morrendo? O que faço para viver é diferente do que faço para sobreviver. Viver é a plenitude da felicidade. Para mim, viver é se arriscar a morrer. Salvo as devidas proporções, não busco viver tentando morrer, mas o risco é inerente a este sentimento.
Desço a rua de skate numa velocidade quase incontrolável, arriscando uma manobra ou outra e naquele momento estou vivendo plenamente. Atravesso a arrebentação do mar revolto e respiro aliviado ao transpô-lo, e estou vivendo. Acendo um cigarro e pronto. Penso que estou vivendo, mas estou morrendo. Deixo as crises financeiras tomarem meus pensamentos e penso que estou morrendo. Assim a morte e a vida se revezam nesta mesma vida que terá sim um tempo determinado. Será?
Será que tem alguma coisa que fiz em 2014 que não farei em 2015? Quanto tempo leva para que essa premissa caia? Um ou dois dias? Já fumei, já comi, já chorei e já sorri, tudo em apenas dois dias. Já nadei e já corri, já peguei o skate e desisti, já pintei e já li, e vejo ai meu tesouro. É nesse breve momento do "eu to fazendo" que vivo. Ou seja, estou escrevendo. Algo que primo muito nesta vida, mas que faço muito menos do que gostaria. É neste momento que estou vivendo e sempre será. As pessoas que alcançam o sucesso sabem desse segredo. Não deixam nada para depois, não deixam nada passar, nada para a semana que vem, pois como diz a música, "semana que vem, pode nem chegar".
No calendário nada muda. Os dias continuam a se suceder no interminável amanhã, o que muda realmente é o que se faz agora. O agora é infinito e ínfimo ao mesmo tempo. Agora nunca foi e sempre será. O querer fazer nunca fez tão pouco sentido neste momento de "renovação das esperanças", pois ninguém que quer fazer faz alguma coisa. Quero dizer que não faz sentido ficar apenas querendo, tem que pôr a mão na massa e realmente fazer. Como agora esse texto que se desnuda da reflexão que fiz enquanto morria na ponta contrária da brasa. (Será que naquele momento eu vivia?).
Vou experimentar esse ano que começa ser apenas o que sou. Vou experimentar não querer nada e fazer algumas coisas. Vou experimentar regular essas páginas e escrever... quem sabe um livro. Vou viver mesmo quando estiver morrendo, pois morte e vida são a mesma coisa, são a mesma linha com pontas diferentes. Acima de tudo, vou compreender melhor o tempo ignorando sua existência. Apenas o sentindo na palma (e rugas) das minhas mãos.
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