Qual é o seu limite?
Um ser humano vive andando por becos escuros da realidade entorpecente, e não sabe nunca quando parar. Tem um pensamento obscuro e a vida de outro homem fica por um fio. Assim, o limite de cada um contrasta com as atitudes do cotidiano e revela aos poucos as voltas que a terra dá. A história envolve tanto as pessoas nos seus sentimentos e intenções que atinge um ponto em que a razão e a emoção dão lugar às conseqüências.
Um dia qualquer você passa por um mendigo que lança um olhar do desespero da fome, e em seu pensamento você acha que ele esticou a mão para tomar mais uma dose, para comprar mais um pouco de droga, enquanto na verdade ele quer chegar em casa com um litro de leite para sua filha. Num outro, você está sentando num banco de rodoviária e não há mais ônibus e alguém passa por você. Você é negro, inteligente e rico, mas uma pessoa se nega a lhe dar carona porque você um dia deixou uma criança com fome, e não porque você é negro.
Você chega no fim do mês e ninguém vai reparar que suas contas vão vencer e seu dinheiro não vai chegar. Você sente frio, sente a indiferença nas pessoas porque você está velho demais para ser importante para alguém. Noutro plano você é jovem e está doente demais para pensar num futuro, numa esposa, num filho que vai lhe pedir um carinho, um beijo, mas você não poderá nunca viver esta realidade. Você é impotente e o que você faz?
Mistura as voltas que a vida dá com as revoltas que poderá tornar realidade e um sentimento oculto virá à tona. Este é o seu limite e a morte parece ser um bom lugar.
A vida recolhe seus antigos anseios numa redoma de vidro da qual ninguém poderá escapar, porque só o outro é o problemático. Dentro, você consegue respirar, mas enquanto seu limite escapa de suas esquivas, você não percebe a redoma. Continua egoísta achando que a sua vida está no rumo certo, que o seu vizinho é que vive infeliz porque briga com a esposa e todo mundo percebe, mas quando deita a cabeça no travesseiro sente que fez tudo certo e esquece que o mesmo vizinho sente pena de você. Aonde quer chegar?
O limite não é o desespero é algo que você pode tocar. O limite está escondido dentro do seu peito só que nunca vai se libertar. A hipocrisia está no fato de acreditar que seu egoísmo é tão pequeno quanto sua infelicidade, que o teu conhecimento é a verdade do mundo e que seus passos vão te levar para algum lugar.
Somos parte de um mesmo organismo que luta desesperadamente para fazê-lo entender. Seus princípios são frágeis e a moral muda ao passo que o interesse muda também. A religião não explica, a psicanálise não explica, a medicina não explica, mas você tem um limite onde a primitiva vida que leva vai chegar. Por isso cuidado, muito cuidado. Tranque seu sentimentos menores na redoma de vidro e saia de lá, pratique o bem não para si e o seu umbigo, mas para o mundo que clama por ar. Esqueça seu gesto brusco e busque um lugar de prestigio no futuro. A soberba é irregular. Ora faz sentido, ora muda o sentido e não conseguimos parar. A terra que faz você se encontrar com ela mesma na vida que milagrosamente Deus lhe deu, o receberá de volta com tudo o que você plantou, e no fundo do absurdo irá sacramentar a tua eternidade com tudo o que fez enquanto vivo, seja lá o que for.
Um dia qualquer você passa por um mendigo que lança um olhar do desespero da fome, e em seu pensamento você acha que ele esticou a mão para tomar mais uma dose, para comprar mais um pouco de droga, enquanto na verdade ele quer chegar em casa com um litro de leite para sua filha. Num outro, você está sentando num banco de rodoviária e não há mais ônibus e alguém passa por você. Você é negro, inteligente e rico, mas uma pessoa se nega a lhe dar carona porque você um dia deixou uma criança com fome, e não porque você é negro.
Você chega no fim do mês e ninguém vai reparar que suas contas vão vencer e seu dinheiro não vai chegar. Você sente frio, sente a indiferença nas pessoas porque você está velho demais para ser importante para alguém. Noutro plano você é jovem e está doente demais para pensar num futuro, numa esposa, num filho que vai lhe pedir um carinho, um beijo, mas você não poderá nunca viver esta realidade. Você é impotente e o que você faz?
Mistura as voltas que a vida dá com as revoltas que poderá tornar realidade e um sentimento oculto virá à tona. Este é o seu limite e a morte parece ser um bom lugar.
A vida recolhe seus antigos anseios numa redoma de vidro da qual ninguém poderá escapar, porque só o outro é o problemático. Dentro, você consegue respirar, mas enquanto seu limite escapa de suas esquivas, você não percebe a redoma. Continua egoísta achando que a sua vida está no rumo certo, que o seu vizinho é que vive infeliz porque briga com a esposa e todo mundo percebe, mas quando deita a cabeça no travesseiro sente que fez tudo certo e esquece que o mesmo vizinho sente pena de você. Aonde quer chegar?
O limite não é o desespero é algo que você pode tocar. O limite está escondido dentro do seu peito só que nunca vai se libertar. A hipocrisia está no fato de acreditar que seu egoísmo é tão pequeno quanto sua infelicidade, que o teu conhecimento é a verdade do mundo e que seus passos vão te levar para algum lugar.
Somos parte de um mesmo organismo que luta desesperadamente para fazê-lo entender. Seus princípios são frágeis e a moral muda ao passo que o interesse muda também. A religião não explica, a psicanálise não explica, a medicina não explica, mas você tem um limite onde a primitiva vida que leva vai chegar. Por isso cuidado, muito cuidado. Tranque seu sentimentos menores na redoma de vidro e saia de lá, pratique o bem não para si e o seu umbigo, mas para o mundo que clama por ar. Esqueça seu gesto brusco e busque um lugar de prestigio no futuro. A soberba é irregular. Ora faz sentido, ora muda o sentido e não conseguimos parar. A terra que faz você se encontrar com ela mesma na vida que milagrosamente Deus lhe deu, o receberá de volta com tudo o que você plantou, e no fundo do absurdo irá sacramentar a tua eternidade com tudo o que fez enquanto vivo, seja lá o que for.
Comentários