Resignação...

Foi de testa um teste para o maior dos estômagos, o de peão. Relações fazem parte de nossa vida e cotidiano, passei muito tempo sabendo disso e o sapo que engolia era cada vez maior, porém a minha cabeça mudava e se aprimorava no intuito de fazê-lo mais digesto. Não deu certo. Primeiro porque a evolução torna o bicho maior, segundo porque quanto mais instruído mais crítico ficamos, então não queremos mais engolir sapos, apenas breves e imperceptíveis pererecas.
Queria entender como o homem moderno inclui esse tipo de atividade como parte de seu cotidiano, falo de engolir sapos. Chega um ponto que queremos nos libertar, fazer o que gosta, ser livre para fazer nessa vida o que gostamos e gosto de escrever, não em formulários, mas em páginas de revistas e jornais, isso sim.
O desabafo provém de um mal-estar que vivi recentemente, uma humilhação que não tem tamanho para uma alma que nasceu livre para ser artista e foi engolida pelo trabalho repetitivo e iconoclasta da sociedade de consumo prisional em que vivemos.
Escutei de uma pessoa a quem admiro e respeito coisas que me arrancaram com a mão a auto-estima, a motivação profissional e a crença num futuro melhor dentro daquilo que faço. Não que eu soubesse dos riscos que corro quando deixo o sapo de fora e falo às avessas da ética imposta pelo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Sai dessa quando percebi que estava quase depressivo. Quando senti os pés umedecerem no fundo do poço e dali bati e voltei. Mais forte que antes vejo meu caminho em fase de mudança. Não importa se vai ser em degrade ou abrupta, mas sei que vai rolar.
Hoje encaro com aprendizado o que rolou, mas a mágoa que engoli virou resignação daquelas que é difícil esquecer. Virou uma gota amarga de lembrança que quando é tocada solta o fel na expressão facial. Não vou mais me importar com a cor do sapo, vou fingir que engulo enquanto guardo cada um num saco sem fundo e faço minha peregrinação em busca de meus sonhos, minhas realidades mais próximas a cada passo que dou, a cada virada, a cada superação.

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