Vida revista em blog

Eu pensei em escrever sobre tantas coisas, mas a página vazia é sempre motivo de surpresa ou assombro. A vida anda tão louca que ultimamente só escrevo as coisas que sou obrigado, mas não são poucas.
Semana passada escrevi um artigo pra Folha de São Paulo imaginária da profa. Cilene em meio a uma redação de pretensos focas. Fiquei tenso pra caramba e quando finalmente saiu o texto, não fiz revisão. Ou seja, acabei cometendo erros crassos que comprometeram a nota do grupo.
Outro dia escrevi uma matéria para uma revista e vi lentamente a pauta ir a baixo por conta de uma reunião, adivinha com quem? Ela mesma, Cilene Victor. Já estou achando que esta pequena professora tem algo contra mim, deixa ela.
Revisitei então algumas poesias antigas que fiz pra ver se me inspirava, sorri com algumas delas, mas não senti vontade nenhuma de rimar. A rima é um paradoxo para mim hoje. Apesar de vir fácil, dar sentido a elas é que fica complicado. Na faculdade aprendo a ser objetivo, algo que a poesia nega-se e novamente fiquei arrimo de letras. Desisti da poesia.
No trabalho às vezes me sinto inspirado e vem aquela idéia brilhante para um texto ímpar, com relevância, encorpado, mas lá não dá. Não anoto a idéia, por preguiça ou revolta, e ela não vai pro papel.
Será que um dia terei a possibilidade de resgatar todas as letras que perdi na correria da vida paulistana? Sinceramente, acho que não, o que não significa que não poderei trabalhar com elas, apenas quer dizer que as que se foram no tempo, jamais voltarão. Primeiro porque as idéias são como ondas, nunca batem exatamente igual no mesmo lugar. Segundo, porque elas perdem importância, mesmo sendo algo atemporal. Perde importância pra mim que estou vivo e renovando sempre minhas idéias.
Depois de tanto tempo acho que valeu para um retorno às páginas desta vida revista em blog. As poucas pessoas que sabem da existência delas, me conhecem bem para saber que esse texto é curto. Não adianta reclamar, se seguisse em frente, poderia escrever um conto inteiro sem mudar de tema, que, aliás, aqui, é a falta do que escrever.

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