Tempo retrógado
O tempo corre pela vida da mesma maneira que a vida corre do tempo. Explico. Quando somos jovens e o tempo parece voar, você está a favor dele, ou seja, você vive enquanto o tempo passa, principalmente as crianças. Quando fica adulto o tempo é justo, ou melhor, apertado. O trabalho começa te roubar o tempo. Daí o tempo para quando você casa. Na verdade ele está cansado de você. Quer te humilhar, te apertar tanto que não vai ser fácil cumprir com tudo. Vêm as crianças.
Filhos são uma dádiva divina, são tudo de bom na vida mas são cruéis quando o assunto é tempo. Eles consomem seu tempo como se fosse uma ampulheta furada. Presencialmente, indiretamente, tacitamente, os pimpolhos vão arruinando seus projetos, momentos “coça-saco”, de “papo-pro-ar”, vão se tornando raros, até acabarem de vez.
A fase adulta tem mutações, por exemplo, não estou na fase adulta há pouco tempo, mas também não estou entrando na fase idosa, entende? Tenho apenas 33, mas sei que até lá falta pouco. Hoje o meu tempo une as três fases diferentes de como ele passa. Explico de novo. Sou casado há nove anos, temos duas filhas (uma ainda não nasceu, mas como disse, já toma meu tempo), estou no último ano da faculdade (o marmitão aqui demorou dez anos para ingressar uma) e para terminar, meu trabalho me faz correr dobrado no mesmo espaço de tempo, ou seja, faço em um dia o que qualquer normal faria em dois (sei que muita gente também o faz, mas não é demais?!) Assim sou jovem na faculdade, adulto em casa e um isoso no trabalho.
Não tenho mais tempo de continuar a fazer as ideias brotarem como gosto. Tenho que ir fazendo um tanto ali, outro acolá, mas deste jeito os projetos não vingam. Como já falei neste blog, minhas frustrações não me desanimam, eu até já tentei desanimar, mas não consigo, e isso é bom. Só acho estranho uma coisa. Quando estou de férias (e não resolvo pintar a casa) adivinha o que eu faço? Nada. Exatamente. As ideias fogem, as horas passam devagar, nenhum projeto é colocado em prática e ele sorrateiro impõe sua sentença final. Assiste minha vida passando sem que eu note sua presença. Estou falando do tempo, isso mesmo, ele que agora fez algum sentido nestas linhas.
Escrevi sobre o tempo porque estou sentindo ele me apertar nos últimos anos como nunca, mas também para lembrar a todos que ele está vivo, e enquanto você dorme, ele consome sua vida. Não deixe de dormir, muito menos de sonhar, mas faça valer os segundos tão caros que lhe são dados de graça.
Filhos são uma dádiva divina, são tudo de bom na vida mas são cruéis quando o assunto é tempo. Eles consomem seu tempo como se fosse uma ampulheta furada. Presencialmente, indiretamente, tacitamente, os pimpolhos vão arruinando seus projetos, momentos “coça-saco”, de “papo-pro-ar”, vão se tornando raros, até acabarem de vez.
A fase adulta tem mutações, por exemplo, não estou na fase adulta há pouco tempo, mas também não estou entrando na fase idosa, entende? Tenho apenas 33, mas sei que até lá falta pouco. Hoje o meu tempo une as três fases diferentes de como ele passa. Explico de novo. Sou casado há nove anos, temos duas filhas (uma ainda não nasceu, mas como disse, já toma meu tempo), estou no último ano da faculdade (o marmitão aqui demorou dez anos para ingressar uma) e para terminar, meu trabalho me faz correr dobrado no mesmo espaço de tempo, ou seja, faço em um dia o que qualquer normal faria em dois (sei que muita gente também o faz, mas não é demais?!) Assim sou jovem na faculdade, adulto em casa e um isoso no trabalho.
Não tenho mais tempo de continuar a fazer as ideias brotarem como gosto. Tenho que ir fazendo um tanto ali, outro acolá, mas deste jeito os projetos não vingam. Como já falei neste blog, minhas frustrações não me desanimam, eu até já tentei desanimar, mas não consigo, e isso é bom. Só acho estranho uma coisa. Quando estou de férias (e não resolvo pintar a casa) adivinha o que eu faço? Nada. Exatamente. As ideias fogem, as horas passam devagar, nenhum projeto é colocado em prática e ele sorrateiro impõe sua sentença final. Assiste minha vida passando sem que eu note sua presença. Estou falando do tempo, isso mesmo, ele que agora fez algum sentido nestas linhas.
Escrevi sobre o tempo porque estou sentindo ele me apertar nos últimos anos como nunca, mas também para lembrar a todos que ele está vivo, e enquanto você dorme, ele consome sua vida. Não deixe de dormir, muito menos de sonhar, mas faça valer os segundos tão caros que lhe são dados de graça.
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