Então o ano se vai...

...e é engraçado como no fim do ano parece que uma faca intercontinental vai cortar o mundo no meio e fazer outro. De repente Tóquio estará ao lado de São Paulo, como na propaganda do metrô. Acordaremos falando “Arigatô”, surfando na praia colada ali na escola.

Vai agora até a janela e observe como os prédios parecem estar pulsando, aguardando o explodir dos fogos para saírem dançando.

Por onde se olha se tem a sensação de poder fazer tudo o que se sonha. Um novo emprego, um novo carro - "vou parar de fumar!" – Mas a vida tem lá seus segredos. Talvez Papai Noel faz como eu, paga a prestações. Chegou a Rafa, me formei Jornalista, tirei férias. E ano que vem não será menos especial se todos meus desejos não se tornarem realidade.

Desejos são sonhos disfarçados, descobertos por acaso, imputados pelo destino. O importante é se sentir bem olhando ao redor e vendo pessoas que você ama. A vida, efêmera, guarda em pequenos gestos a essência da felicidade, e minha família sabe bem disso.

É engraçado como parece que o Natal vai ser igual e não vai ter graça, e quando passa, você tem a certeza de que ele foi igual, mas exatamente por isso foi sensacional. As marmeladas no amigo secreto e os pudins na mesa serão os mesmos. O lombo, o bacalhau, as tortinhas de uva irão testemunhar a fome de apoio que temos. A fome de união que todos buscamos para nos sentirmos vivos. O amor que entrelaça pessoas pelo simples motivo de estarmos vivos. O amor de Cristo que reverbera pelos séculos com as mesmas cores quanto se fosse atual, e é.

Se esse amor tivesse lugar em todos os lares, todas as casas, talvez nossos governantes pudessem dar esse abraço. Pois somos povo e somos iguais, então porque diferentes natais? Porque a meia do deputado está mais recheada que a minha? Deixa pra lá. Hoje não. Vou estar com os meus e com eles eu me garanto.

Bom Natal e bom ano.

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