A musicoterapia da cidade
Minha aproximação com a arte se deu pelo desejo póstumo-acadêmico de fazer jornalismo cultural. É imprescindível, neste caso, que aliemos o verdadeiro sentido da cultura e somemos à arte para extrair um novo produto. Cultura é antropológica. Parte do principio de que nada no ser humano é natural, exceto claro, respirar, comer e cagar. Chorar é cultural, os dons são culturais,e portanto a arte é cultural antes ainda de ser cultura.
Ao avaliar o comportamento do ser humano em seu cotidiano por exemplo, explicam-se diversos movimentos artísticos, como exemplifica muito bem a era digital e a produção artística que usa novas plataformas, como telão, câmera e interação. O pós-moderno é um mosaico de informações cada vez mais segmentadas e coloridas, como a tela do computador.
Celine Dier
Nas ruas, a busca do “eu” em evidência lembra claramente a exposição nas redes sociais, que permitem, por exemplo, que um amigo que não vê há anos, lhe mande os parabéns no seu aniversário. Quantos parabéns a mais recebemos pelo espaço virtual? Esse termo, aliás, já está em desuso devido a grande incorporação que se deu ao meio digital. Muitas imagens, muita exposição, muita disputa se reflete no meio artístico.
Em Sampa, alguns privilegiados têm contato com essa fusão nos grandes movimentos populares de arte, como a Virada Cultural e a Festa do Teatro. A Festa do Teatro em sua segunda edição levou milhares de paulistanos às filas em busca da peça perdida (entenda-se cara). Mais de 150 espetáculos e 40 mil ingressos cedidos à população para expandir o gosto cultural, e este produto é capitalista, que se compra e vende, como qualquer outro produto.
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