Saco d'agua

Levava um saco de água
Mas no saco não se leva água
Desajeitado a água foge da saca
O peso balanga e escorre

Mas quem disse que era uma saca
O saco que não está furado não vaza
Mas é um saco, é um desconforto
Um líquido tão precioso

Os passos tortos no chão esburacado
As pedras teimam fincar no chinelo
O sol castiga o cucuruto
A casa anda pra trás

No saco a água não fica
Aumenta com um pouco de lágrima
E diminui ao passo dos passos
O sorriso tem poucos dentes

A sombra do saco some
Uma criança se anima enquanto come
A saca murcha se encolhe vazia
Tão triste ser traída

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

My Name is not João!

Sampa crua

Realidade Freudiana - Tô aqui.