Bom dia sem Rita
Botei um bluezinho hoje pra ir devagarinho Amanhecer hoje foi um teste de resiliência daqueles que temos quando o tombo é grande. Uma artista, uma pessoa que ficava ali no canto da sala olhando de soslaio todos os seus self-judges sobre tudo que faz. Rindo percebendo o quanto nos esforçamos para deixar a vida passar sem toca-la, sem que vivamos realmente ou plenamente. Ser humano é uma barbárie. Brasileiro então, é um troglodita. Um guerreiro sem dentes, sem armas, sem comandantes. Mas ela não. Ela vivia como uma pena que flutua sobre todas as intempéries. Uma pena brilhante, leve e louca de tanta substância química que temperava seu ser. Privilégios, claro, mas quantos souberam usar como ela? É daí que vem a força do Rock. Dessa temperância ácida. Desse desleixo proposital de fugir dos esteriótipos que nos pausterizam no vislumbre coletivo. Rita era natural. Era Franciscana - hippie, mas uma Franciscana. Mais do que as músicas que cantou e nos tirou do sofá, as palavras que pro feriu,