Realidade Freudiana - Tô aqui.

Estava eu em frente ao micro, olhando pra ele e pensando: Será que um dia vou olhar pra um micro cheio de redações pra fazer? Não sei. Será que terei meus quinze minutos de fama no jornalismo? Não sei. Aliás quanto mais velho fico mais percebo que nada sei. Filosofando...
Anteontem foi quinta-feira e me peguei delirando num sonho. Minha casa estava toda escura e na minha sala tinha uma escada pro apartamento de cima. De lá vinha uma luz esquisita. Fiquei com medo e não subi, mas uma mulher desceu. Sinistra, cheia de aura e com cara de morta. Acho que me deparei com alguém que já viveu por ali. Será?
Minha TV queimou então tive que colocar a do quarto na sala, voltando a mulher sobrenatural que agora estava de pé na janela do apartamento superior, duas tvs apareceram de repente no meu quarto. Uma delas ligada naquele canal do Polterghister (?) Vislumbrei vidas passadas. Pensei no suicídio da mulher louca de cabelos de fogo, que em nenhum momento volveu seu olhar absorto no fundo da garagem. As tvs sumiram quando abri os olhos.
Vira e mexe tenho sonhos cheios de significado. Para o Dr. Andre Bretton, Precursor do Surrealismo os sonhos são uma parte contínua da realidade, e noite após noite ele cria uma realidade paralela, ou seja, os sonhos têm uma continuidade de uma noite pra outra. Será?
As tvs voltaram assim que meus olhos fecharam de novo e ela ainda estava lá. O fundo era composto de um céu carregado de estrelas brilhantes, difícil de se ver em São Paulo, apesar do frio a brisa era gostosa, mas sinto que havia um desconforto naquela figura. Talvez estivesse querendo dizer alguma coisa para mim, ou para qualquer um que a visse. Não tentei falar com ela, queria fugir, mas estava preso neste sonho. Medo.
O medo mudo caminha sempre comigo. Não que eu seja um "cagão" de marca maior, mas sinto que o medo alimenta minha coragem de viver. O medo do desconhecido é burro, pois se não conhecemos não devemos temer. Temência a Deus é fundamental para manter a humildade perante àquele que tudo pode. Medo de baratas não tenho, mas de gato...
Acordei tentando mudar o canal da tv que não existia, dia de labuta, 6:15h, a nega véia esquentando a água pro café e eu pensando naquela pauta que fiquei de fazer pro jornal que tenho que inventar. Pensei em pesquisar se alguém morreu no meu apê ou no de cima, logo desisti. Depois de lavar o rosto lembrei da pilha de faturamentos que eu tinha que liberar e na puta da gerente do Itaú, que este mês ainda não ligou, mas vai ligar. Acho que dessa vez vou ser mal educado. Esta é a realidade a qual pertenço, mas tenho a opção da vida que vivo de olhos fechados, uma realidade que gosto de alimentar, uma verdade que não tenho como esconder de mim mesmo. E principalmente uma vontade que me faz ser quem eu sou, na comunhão do Cassiano acordado e Cassiano dormindo.
Bom sonhos!!!