31 de maio, diário de um detento




O site revistalupa.com.br está no ar. Simples assim, parece que ele nasceu pronto, mas seu caminho tortuoso e persistente fez parte da prisão em que fui colocado. Mais especificamente eu poderia chamar de solitária. Nele eu me tranquei alguns dias, isolado, inclusive, do meu grupo de trabalho. E quanto maior o sofrimento, maior a satisfação no dia da libertação. Foi ontem.

Sai da solitária ao colocar o site na rede. Todas as páginas feitas por mim levam minha assinatura de imperfeição. Mesmo assim, saído do nada até o que entreguei, foi um avanço, uma superação surpreendente. A impressão de que poderia ter sido melhor ficará para sempre na minha cabeça, e também o desejo de continuar o projeto quando me libertar de todas as amarras.

Nesses três meses de solitária, aconteceu duas vezes o retrocesso de que tanto fugi. Comecei dividindo a página em Frames, para quem não sabe, fiz na mesma página várias mini-páginas. O site ficou torto e depois de um mês e 80% do trabalho concluído refiz tudo de novo. Detalhe a detalhe, passou-se mais um mês e lá estava ele, ainda sem cor ou brilho, sem edição e sem animação.

Praticamente aos 46 do segundo tempo, a renovação final. Troca e edita página a página, levanta, corta e cola. Puxa, estica e solta. Mais uma foto aqui, outra legenda acolá e vupt! A transformação mais uma vez aconteceu e as noites escuras dessa caminhada alvoreciam lenta e firmemente.

Saindo da prisão dei um abraço nele que era meu filho mais querido nascido no cárcere. Hoje não importa a nota que vou tirar, não importa exatamente quantos acessos ele terá ou quantos comentários vamos receber. O mais importante foi o que aprendi. Me dá as imagens, a ideia que eu monto um site pra você, no mínimo, bonitinho.

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