Carta pública para uma amiga

Um dia um sonho de menina faceira me apareceu. De contos em contos nos tornamos tão amigos que dividiríamos tranquilamente um ventre comum. Mas Deus assim não quis, me fez de sua cor oposta e deixou o destino nos unir. Mas que tipo de união teríamos? Confesso que poderia ser qualquer um, tanto que nos tornamos amigos namorando, e namoramos quando nos tornamos amigos. Namoro de carinho, de respeito. Desta lambança nos tornamos irmãos. Irmão Noite e irmã Lua.

Nossa trajetória foi se distanciando. Ela casou-se e mudou-se. No dia do seu casamento (que hoje digo graças por não ter ido) eu lhe falei por telefone. Senti seu coração perfeito, batendo à toa, mas me calei em segredo. Cinco anos depois ela me salta de um fusca na porta de casa. Explodi de alegria, aquele rosto, aquele sorriso... Era meu sangue que corria pra me abraçar. Ali sabíamos da nossa irmandade que perduraria para sempre. E, desde então, estamos fielmente ligados, prontos a nos ajudar e apoiar enquanto tivermos forças de ambos os lados.

A história poderia já acabar, mas é preciso falar mais dessa irmã. Temo por ela ser tão espontânea, por ser tão verdadeira consigo mesma principalmente. Não que seja irresponsável, não é isso, mas talvez um pouquinho inconsequente. Deixa seus pés flutuarem ao menor vento, e isso é perigoso. Mas de que outra forma ela poderia ser tão adorável?

Adorada, amada e desejada. Homens nem se percebem ao seu lado, mas estão todos babando. Seu humilde coração não se engana com falsas promessas. Não mais. Sabe o que quer e onde vai chegar, com todos os percalços e dificuldades da vida.

E assim vai nossa vida. Lado a lado, estejamos onde estivermos. Felizes por sabermos um do outro. Sentindo nosso coração batendo em harmonia, sorrindo e desejando a felicidade plena que só um amigo poderia desejar.

Saada, torço de bandeira e cara pintada por você! Seja feliz e conte comigo sempre.


Te amo.

Do irmão preto.

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