Mr. America in Braz(s)il

Cheguei sedento para ver as obras de Andy Warhol e não me decepcionei. As Marylins, Mao Tse Tung, os Kenedys estavam lá sendo observados por uma verdadeira multidão. Várias reflexões rolando na excêntrica pop art do americano consumista que, melhor que ninguém, sintetizou esse movimento.

De cara, a exposição abre com as cores fortes que marcam o estilo de Warhol. Um papel de parede de vacas amarelas e fundo azul davam suporte ao Mao, ao Lênin (sombrio) e a uma cruz enorme, fruto de seu lado religioso. Na segunda sala, a sequência de cadeiras elétricas era mais bonita que seu significado. Ele diz que a repetição reduz a importância de uma atrocidade, da morte por exemplo. Alias, algo que chamou atenção é que as pessoas pareciam mais interessadas no que ele diz do que no que ele pinta. Curioso, não? Não. Acho que ele ainda tem muito a dizer para a sociedade do consumo e da informação.


Voltando às telas, o destaque de John Wayne, ao lado do índio Gerônimo me deixou pasmo tamanha beleza. O índio foi um importante personagem na guerra contras os brancos nos anos 1860 nos estates. Wayne, fazia nas telonas o típico cowboy que os destruiu. Para Warhol, ambos são celebridades de igual importância, com significados diferentes.

Seu patriotismo está em todos os lugares. Desde as sopas Campbel até a sala dos Kenedys. Jackie (Jaqueline Kenedy) é retratada em várias serigrafias como uma verdadeira estrela holywoodiana (linda). Seu marido morto espetacularmente, recebeu destaque ao lado de notícias de seu falecimento. O presidente pop, quase apagado nas telas, foi mais admirado pelas letras que pela imagem pelo pessoal que estava lá. Outra aglomeração ficou na cronologia do Andy, com seus tortos passos de artista.

Na saída um quiosque vendia camisetas com suas telas famosas. Óbvio que também estava lotada, afinal ele retratava a sua própria redenção ao consumismo, que ao mesmo tempo em que leva à reflexão, leva à idolatria, tudo na base do compre, veja, prove, sinta. Eu fiquei com vontade de comprar uma, mas por 50 pratas... deixa pra lá.

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