Mãos ao alto, é a polícia!

Procuro volta e meia refletir sobre coisas absurdas que vejo ou percebo no meu dia a dia. A última aconteceu já faz uns dias, mas fiquei tão encasquetado que tive de escrever.

Carreguei minhas 11 mulheres para tomar um café na padaria (na verdade 5, mas parece mais) e depois de entregar meu pedido já pago ao balconista, avisto uma Meriva bonitona da polícia encostar. Até ai tudo bem, mas vai ouvindo. O gambé, nesse caso é gambé porque não merece meu respeito, desceu e encostou a farta pança no balcão. “Dá um café com leite, por favor (educado@!#) e um misto quente com duas fatias de...” ao que é interrompido (também educadamente pelo balconista) “O senhor pode pegar a ficha no caixa, por favor?”.

Eu estava curtindo aquela manhã ensolarada com minhas pretinhas na padoca numa nice, gastei apenas 15 contos e elas ficaram superfelizes, me enche de alegria vê-las aproveitando o que posso humildemente proporcionar com meu ganha pão. E aquele gambé filho da puta conseguiu estragar tudo ao responder para o atendente: “Você não me viu chegando? Olha lá, (mostrando a viatura) preciso mesmo pegar a ficha?” – “Quiéisso doutor, é que não vi mesmo”.

Achei que ia ser preso na hora. Fiquei tão injuriado com aquele barrigudo do caralho, suga sangue e ladrão, pois é isso que ele é, extorquista profissional, que dei uma encarada sem noção para seu sorriso debochado cheio de dentes dourados. Estava do lado dele e o deixei tão sem graça olhando sério pra ele, claramente indignado com a cena, que ele não reagiu ao meu olhar. Quando ele realmente se injuriou comigo - espero ter conseguido - fui salvo pelas minhas bambinas que vieram cobrar o pão quente e o suco.

O gambé de merda que filava a bóia, foi comer do outro lado do balcão, mas mesmo assim não passou no caixa. Pensei nas proporções assustadoras que esse comportamento tem sobre meu país. Dói saber quantos barrigudos encostam a pança em obras faraônicas e pegam o que querem sem escrúpulos nenhum. Praquê né? Tem sempre um idiota (que vos fala agora) que vai pagar a conta sem sentir, pois serão suaves prestações de tantos milhões que vivem, ou melhor, sobrevivem com os pinga-pinga da vida.

Aquela cara amarela eu não vou esquecer mais, e se puder espalhar essa falta de respeito, farei com todo gosto.

Bjunda que vou pingar o colírio alucinógeno de um sábio amigo.

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