O Homem esgarçado pela natureza.

Sem pensamentos, nem permeio
Um caminhar experiente, de pisos pesados
De olhos atentos, sedentos por algo a acontecer
Um vinco na pele que sequer viu nascer

Envolto na bruma matinal, caminha
As pombas parecem as mesmas da juventude
Parecem mortas de tão vivas
Não, elas não merecem seu sorriso

A praça cresce a cada ano
Numa volta tanto há de ver
Uma tragédia, uma alegria, tudo é possível esquecer
E as mãos geladas do sereno que tardia, apertam-se

Um suspiro rouco pelo tabaco
Provoca um sentimento de repulsa ao próprio corpo
Corpo cansado, certo do extra que está a viver
Um corpo marcado, pelo tempo escoado no infinito tablado

Enfim senta e sente
Que o dia nasceu diferente, bonito para morrer
Será que é hoje? pensa enquanto o bolso massageia
A procura pelo cigarro, seu verdadeiro aliado

Enquanto pensa pede
Só mais um trago, só mais um trago...
A noite desce e aquece
Mais um dia para sonhar com o último


C.C.

Comentários

Anônimo disse…
belo poema!!! vc estava super inspirado nesse dia hein!!!
Um abraço!!!

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