Brasmo do Errádico.
Insuportavelmente eu. Cheio de eumismos caio nos inventos de minha psicologia barata regada a vinho de mesmo preço e ao som da Janis no mais alto volume. Um bêbado. Sexo, ideologia e muito rock´n roll, não tenho sentido pra escrever apenas escrevo, não tenho escrúpulos vexatórios que me façam desistir de algo que nem sei se fere, nem sei se mata. A vida não é um barato total, é uma luta, de verdade. Lutamos pra sair do ventre, lutamos contra as pernas bambas que não sabem andar, lutamos contra a adolescência que não sabe se vai ou fica, lutamos pra conquistar uma mulher pra levar pra cama e amar e fazer filho e casar, não nesta ordem necessariamente, mas uma coisa é certa: chega de floreios estudantis que regam nossa cabeça de ilusão, em que tudo é poesia e diversão, somos adultos e o som acaba. Quando me vejo no espelho hoje, tenho a nítida certeza de que não sou eu quem está ali e sim o que a sociedade fez de mim, o que a cruel cultura dos que nos cercam quis que eu fosse, e cadê eu?