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Mostrando postagens de 2006

Brasmo do Errádico.

Insuportavelmente eu. Cheio de eumismos caio nos inventos de minha psicologia barata regada a vinho de mesmo preço e ao som da Janis no mais alto volume. Um bêbado. Sexo, ideologia e muito rock´n roll, não tenho sentido pra escrever apenas escrevo, não tenho escrúpulos vexatórios que me façam desistir de algo que nem sei se fere, nem sei se mata. A vida não é um barato total, é uma luta, de verdade. Lutamos pra sair do ventre, lutamos contra as pernas bambas que não sabem andar, lutamos contra a adolescência que não sabe se vai ou fica, lutamos pra conquistar uma mulher pra levar pra cama e amar e fazer filho e casar, não nesta ordem necessariamente, mas uma coisa é certa: chega de floreios estudantis que regam nossa cabeça de ilusão, em que tudo é poesia e diversão, somos adultos e o som acaba. Quando me vejo no espelho hoje, tenho a nítida certeza de que não sou eu quem está ali e sim o que a sociedade fez de mim, o que a cruel cultura dos que nos cercam quis que eu fosse, e cadê eu?

A vida loka.

Parado numa esquina de um bar, um lar de ninguém, um lugar perigoso... Chego a pensar numa dor de barriga, que poderá me apertar, num banheiro sujor pra cheirar, uma casca de ferida roçando no jeans, uma luta contra esteriótipos de mim mesmo. O movimento é o crime que se esconde num sorriso amarelo, num bebado que vem lhe comprimentar com um sorriso sem dentes, no pacote escondido na mesa de bilhar... A vida é um papel escrito e sugado feito fumaça, feito dinheiro que queima como oxigênio. Gênio é o tempo que sabe notar que o balcão da esquina abriga almas embrenhadas na arte de fugir. A fuga enrolada, inalada, bebida, impregnada de falsas conclusões, é o comércio de ilusões. Num planetóide onde tudo se vende, todos os desenhos deste canto de balcão é vendido como uma situação com suas glórias e derrotas. A aventurança se acaba quando a troca é feita, uma via de duas mãos, uma segura o dinheiro a outra a ilusão.

O Canto dos Trilhos

A aurora que outrora fascina hoje é rotina. Saio descabelado pelos vícios que o dia a dia esconde, tenho a penumbra de um sono mal dormido, ou um sem números de preocupações, que me assombram no tique e taque cardiaco da sobrevivência. Estou na ponta da linha dividindo esperança com quem jamais conheci. Me espremo em bafos cansados do dia que começa com os saculejos entre estações. Nas costas não carrego só a marmita, mas o cansaço dos dias subsequentes de uma vida que estoura em agonia e se desenrola numa passividade incoerente com meus princípios e sonhos. Os olhos custam a ficar abertos. Falta apenas uma estação e no caminho, na última curva, os trilhos gritam desesperados. Um grito que aflige a mais serena das almas, corta o peito através dos tímpanos que despertam do inconsciente o trabalhador que estava, em pesnamento, numa praia com altas ondas rolando. Um fugitivo de si mesmo. Desembarcado pelas almas que ao contrário dos corpos não se tocam, desperto para a realidade da labuta

Batalhões Feministas

Mulheres por todos os cantos cantam em vozes deslumbrantes, Encatam com saias, busties, e saltos-altos, De pés no chão, se preparam para o amor. E amam com tanta força, que destroem o ser lírico de um poeta confuso.

O fino da fumaça.

Após doze anos de fumaça tenho a impressão de que ela me incomoda, e não apenas com os conhecidos motivos como cansaço, mau cheiro, tosse intermitente e outros malefícios do fumo. Atentando para isso me perguntei pela quitrocentalhésima vez: Porque fumo? Antes de responder essa pergunta é preciso observar que não existe nenhum motivo originalmente plausível para o tabagismo, a não ser o vício, a dependência química infligida pela nicotina. Mas depois de tanto matutar percebi que existia um prazer quase invisível, algo tão singelo e talvez até subjetivo que nem se ouve falar. Todo mundo vê, mas ninguém se liga que o cigarro mexe não só com físico ou psíquico da pessoa de forma tradicional, mas também com seu senso de estética e de belo. Inventei que o verdadeiro prazer de fumar está em ver a fumaça sair pela boca. Comecei perceber quando ia fumar na lavanderia à noite e parava de fumar com o cigarro pela metade, pois não estava legal, não dava “barato”. Ao beber também ficamos inventand

Revolução das Marias

Apesar do blog ser pessoal, decidi publicar essa poesia / protesto de uma amiga porque entendi que não se trata apenas de um escrito, mas sim de uma ideologia rica em sociologia e cheia de inspiração. Hoje eu choro! Eu choro por quê? Choro porque minhas crianças se prostituem Choro porque meu presidente sorri e diz que está tudo bem E meu povo alienado continua dizendo amém. Choro por minhas feridas da ditadura que sangram sem que ninguém as veja. Choro porque falta comida na lona da Maria porque seus filhos bebem água suja da bacia. Ora! Mas que sorte a da Maria! Na sua casa só não tem água e o pão Pois pra mim ó coitadinha falta até um pedaço de chão. Choro porque a escola que um dia me fez Hoje ensina a adorar burguês. Choro por Stuart o americano que mais que muitos brasileiros já fez. Choro por minha cultura que foi deflorada pela americana encantada. Choro pela alegria do dono do poder mundial Enquanto minha gente agoniza na fila de um hospital. Choro porque o mundo não pára pra

Tá Phoda!

Meu, que vontade de escrever algo bom por aqui. Mas não tá dando. Só trabaio e prova, trabaio e prova. Num guento mais!!! Soroco!!! Mas calma ai que volta será maligrina! Vou destrinchar o escaranfucho do meu cerebelo e tirar dele as mais brilhantes idéias (Não riam!). Vou começar por uma cobertura completa de um dia de votação. Conticuarei com um especial sobre os ambulantes irregulares da porta da facu. Depois farei uma opnião sobre os rumos do mundo e pra terminar um conto do metrô que não sai da minha cabeça. Gente, por hoje é só. Abraços!
Continuando a decifrar meus sonhos lembro-me de um que se repetia na minha infância e era muito engraçado, apesar de angustiante. Sonhava que estava sem as calças no colégio. Pelado da cintura pra baixo. Já imaginou? Me via sempre na hora do recreio em corredores apertados tentando esconder minha transparência, no entanto o mais engraçado é que ninguém notava. Parecia que era normal, mas só eu estava assim. Acordava sempre procurando saber o porque desse sonho esquisitão. Talvez com uma ligação bem distante tenha a ver com um dia que tive de sair do colégio sem as calças de verdade, mas não sei se alguém viu pois minha mãe pôs a bolsa na frente do meu bimblau e foi atrás de mim cobrindo minha retaguarda. Aconteceu que nesse dia (guarde que eu tinha uns cinco anos) eu me caguei nas calças e elas foram jogadas fora devido... bom devido a algo que vocês imaginam... O que me intrigava mesmo era tentar associar o sonho à minha realidade naquele tempo que eu tinha o sonho repetido. viva semp

Realidade Freudiana - Tô aqui.

Estava eu em frente ao micro, olhando pra ele e pensando: Será que um dia vou olhar pra um micro cheio de redações pra fazer? Não sei. Será que terei meus quinze minutos de fama no jornalismo? Não sei. Aliás quanto mais velho fico mais percebo que nada sei. Filosofando... Anteontem foi quinta-feira e me peguei delirando num sonho. Minha casa estava toda escura e na minha sala tinha uma escada pro apartamento de cima. De lá vinha uma luz esquisita. Fiquei com medo e não subi, mas uma mulher desceu. Sinistra, cheia de aura e com cara de morta. Acho que me deparei com alguém que já viveu por ali. Será? Minha TV queimou então tive que colocar a do quarto na sala, voltando a mulher sobrenatural que agora estava de pé na janela do apartamento superior, duas tvs apareceram de repente no meu quarto. Uma delas ligada naquele canal do Polterghister (?) Vislumbrei vidas passadas. Pensei no suicídio da mulher louca de cabelos de fogo, que em nenhum momento volveu seu olhar absorto no fundo da gar

Literatura - Rota 66 - Caco Barcellos

BARCELLOS, Caco. Rota 66, 35. ed. – São Paulo: Globo, 2001. A investigação jornalística sempre leva assinatura de uma personalidade corajosa e criativa, preceitos báscios para uma boa história recheada de revelações, muitas delas assombrosas. Assim é Caco Barcellos em Rota 66, sua infiltração nos meios sórdidos da polícia dos anos 70, nos remete a uma injustiça incalculável e à reflexão do quão longe estamos de termos a cegueira desanuviada de nossos olhos. As perseguições meticulosamente detalhadas, os números profundamente e exaustivamente estudados pelo autor e seus colaboradores nos trazem a realidade com mais força neste livro. Pessoas inocentes morrem covardemente na mão desta, que era a esperança de segurança em São Paulo, polícia autoritária e soberana. Quando lemos os relatos nas favelas e nos colocamos no lugar de um transeunte que testemunha um assassinato, nos sentimos tão impotentes quanto os personagens foram in loco . Depois de ler compreendi por que minha mãe nos idos d

A Utilidade disfarçada dos meus dedos

Semestre passado numa aula de antropologia ouvi algo que despertou meu interesse. Não sei bem do que estávamos falando, mas lembro de ouvir minha professora dizer da inutilidade dos dedinhos do pé. Logo me chamou a atenção, pois meus dedinhos possuem uma particularidade no assunto: eles não encostam no chão. Isso mesmo, vivem suspensos no ar por causa de uma má formação que vou explicar em seguida. No fundo a pergunta continua latejando na minha mente: para que servem os dedos mínimos do pé? Não proporcionam equilíbrio, não coçam o outro pé por estarem distantes e são tão pequenos que passam quase sempre despercebidos. Quase. Minha angustia não se deve ao fato de sua utilidade física corpórea, mas especialmente pela função estética que possui. Tudo começou quando tinha apenas 10 anos, e isso já faz algum tempo. Minha madrinha de batismo trazia para mim em todos os aniversários um tênis Yate, cada ano de uma cor, no entanto todo ano ela comprava um número menor do pé que crescia normalm

Agosto: Mês do Maluco Beleza.

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A cada ano que passa ele fica mais novo. Fãs do Raul Seixas aumentam substancialmente após sua morte e dia 21 de Agosto se tornou o maior de seus aniversários. Ele nasceu há dez mil anos atrás, morreu há dezessete e continua vivo na mente e corações dos milhares de fãs espalhados por todo o Brasil. No mês de agosto os fãs de Raul Seixas sentem o ídolo mais próximo devido à lembrança de seu aniversário de morte no dia 21. Vários eventos de tributo e passeatas vão homenagear o Pai do rock nacional e são a oportunidade de cantar suas músicas e reviver sua história. As letras irreverentes, o comportamento alternativo e o protesto cheio de ideologia fazem com que o “raulseixismo” seja cultivado nos dias de hoje por pessoas de todas as idades, atravessando gerações que encontram em suas músicas temas cada vez mais atuais. No final dos anos setenta Raul Seixas encontrou, através do Rock’n Roll, uma forma especial de falar para o mundo o quão errado ele estava segundo seu ponto de vista, bem c

Vida Vadia.

Corre para um lado, corre para o outro, no meio há sombras, no fim há lágrimas. Estúpido destino, de revoltas amorosas, de traições a si mesmo. Vida vadia que parte do nada, no nada evolui, pro nada se vai. Crente, descrente do que aconteceu, ora chora, ora bolas! Um ímpeto imbecil do órgão que infla. Cabeça esquecida, guarnecida de autocontroles. Sobra o peso da pena que sente da sombra que vê. Sobra o gosto salgado do choro malogrado no destino escancarado. O fim de uma vida entrementes a dor. Um sofrimento impugnado na alma que perpetuará. Os passos tortos de um segredo revelado. Como um cachorro, come a comida repartida. Lastima-se sobre o mal executado, sem perdão ou compaixão. Vende no vento do tempo uma história de desilusões, causadas, sentidas, sofridas. Vida vadia que não vale o escrúpulo da culpa que carrega. Tornar a morte um objeto de desejo, no desespero do destempero que a mágoa faz viver. Trajar o luto eterno, no desconforto de estar sendo observado por olhos alheios. A

Poema louco do Maluco Beleza.

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Poema Inédito (sem título)de Raul Seixas, escrito entre 1968 e 1969. Já não importa a falta já não importa a porta já não importa a comporta que segura sua ira o comportamento lamento lento do apartamento morto sem janelas já não importa a horta da hortelã a escada de incêndio do meu peito em chamas já não importa a infância fechada a ferida aberta que nunca cicatriza a brasa acesa do cigarro aceso queimando eternamente a minha carne mas ainda assim... já não importa já não importa a presença a sentença o que me importa é esse não me importar constante a estante o instante o segundo/ o primeiro quero ser o último da sala de jantar o último da fila da repartição o último a morder o pão nosso de cada dia e o primeiro a morder sua bochecha chocha cheia de fumaça verde pálido mas mesmo assim já não interessa a pressa não importa o salário o mendigo morto a baba , afogado no mar de merda já não importa a falta que o travesseiro me faz já não me importa sua cara de bronze seu cu fedorento q

Literatura - Ensaio Sobre a Cegueira / José Saramago

Ensaio Sobre a Cegueira O caos social O livro Premio Nobel de José Saramago, trás à tona uma situação de caos social possível perante a uma total alienação, causada na história, por uma epidemia de cegueira, e a cegueira em questão, não tem razão de existir, chega sem sintomas e em cada um rouba a visão. A deficiência tratada no livro como clinica, também nos remete a um pensamento coletivo equivocado por fatos que estão à nossa frente e não queremos enxergar. Os personagens sem nome, os diálogos sem travessões, uma claridão que incomoda, filtra nossos pensamentos até que a cegueira também nos atinja, o mar de leite aos quais os personagens são submetidos nos faz refletir o quanto somos escravos da imagem, o quanto os outros sentidos juntos podem nos trair por estarmos tão acostumados ao que vemos. No meio desta quase insuportável insuficiência coletiva, um pequeno grupo se beneficia tendo uma mulher que não é afetada pela epidemia, e os conduz através de um caminho infestado de morte

A Burguesia e (é) o crime organizado.

Mais uma vez a cidade de São Paulo fica a mercê dos bandidos que organizados ditam a nova rotina dos paulistanos. O medo que ainda não tinha ido embora, após os últimos ataques desferidos em maio, impera de novo nas pessoas que apenas tentam sobreviver indo e vindo de seu trabalho. Desta vez sem pânico, mas com medo, os moradores da cidade tiveram que se virar para fazer o trajeto diário perante uma situação em que acuados pelo fogo, os motoristas de ônibus tiveram que guardar seus instrumentos de trabalho e impedir que outros fossem aos seus. Enquanto o proletariado sofre, os governantes misturam assuntos eleitoreiros com dinheiro e preocupações partidárias cujo cinismo e ironia causam nojo nos mais atentos. Quem está se preparando para votar fica no meio desse fogo cruzado em duplo sentido. Primeiro nas ruas, refém de um grupo que ganhou notoriedade graças a nós, jornalistas, que enaltecem seus nomes e apelidos credenciando a bandidagem a assaltar apresentando apenas uma carteirinha,

O Homem esgarçado pela natureza.

Sem pensamentos, nem permeio Um caminhar experiente, de pisos pesados De olhos atentos, sedentos por algo a acontecer Um vinco na pele que sequer viu nascer Envolto na bruma matinal, caminha As pombas parecem as mesmas da juventude Parecem mortas de tão vivas Não, elas não merecem seu sorriso A praça cresce a cada ano Numa volta tanto há de ver Uma tragédia, uma alegria, tudo é possível esquecer E as mãos geladas do sereno que tardia, apertam-se Um suspiro rouco pelo tabaco Provoca um sentimento de repulsa ao próprio corpo Corpo cansado, certo do extra que está a viver Um corpo marcado, pelo tempo escoado no infinito tablado Enfim senta e sente Que o dia nasceu diferente, bonito para morrer Será que é hoje? pensa enquanto o bolso massageia A procura pelo cigarro, seu verdadeiro aliado Enquanto pensa pede Só mais um trago, só mais um trago... A noite desce e aquece Mais um dia para sonhar com o último C.C.

Bunda Peito!

Bunda peito peito bunda bunda peito peito bunda. Bunda peito peito bunda? Bunda peito peito peito, peito bunda. Bunda peito peito peito bunda. Peito bunda? Bunda peito!!! Será que tenho um cérebro de macaco? Buceta!!!

Good Bye Alfred?

Esse final de semana cometi uma estupidez daquelas que a gente coloca em dúvida toda humanidade que existe num ser. Um ímpeto homicida, um ataque que somente poderia ser explicado num júri com a alegação de insanidade temporária, ou talvez como uma brincadeira de moleque que acabou em tragédia, e neste ultimo caso, assumindo deliberadamente a culpa pelo assassinato. Eu quase matei o Alfred. Faz mais ou menos um ano que o conheço, e posso confessar que no principio não ligava muito para ele, mas depois de cuidar dele toda semana, alimentá-lo todos os dias, e ficar observando ele nadar tranqüilamente enquanto tomo meu café da manhã, peguei gosto no bicho. Alfred é o meu peixe. Ele é vermelho, tem as nadadeiras bem compridas, que caracterizam um Beta, um peixe bem sossegado. A propósito para quem gosta de sossego, e essa é a palavra, não tem melhor bicho de estimação, afinal ele não late, não mija na poltrona e nem fica soltando pelos pela casa. Nada contra os cachorros que eu gosto basta

Literatura - A Sangue Frio / Truman Capote

A SANGUE FRIO O assassinato da família Clutter. CAPOTE, Truman. A Sangue Frio, 3 ed. Companhia das Letras, 2005, 430 p. A Sangue Frio de Truman Capote retrata o assassinato de quatro membros de uma tradicional família do Kansas, nos Estados Unidos. A vida e trajetória dos assassinos e vitimas descritas quase como um fato jornalístico dão à obra um aspecto menos romancista e mais realista, justificando o motivo torpe do crime com uma incógnita psicose dos criminosos. Capote, que levou seis anos para concluir o livro, viveu intensamente todos os detalhes para descrevê-los, desde o planejamento do assassinato, até o enforcamento dos réus. Os assassinos “Dick e Smith”, se conheceram numa penitenciaria e Dick, ao saber de uma fazenda no estado do Kansas cujo proprietário Sr. Herb Cluter, pagava seus funcionários em dinheiro e que supostamente mantinha uma grande soma num cofre em seu escritório, anotou em sua excelente memória o endereço da fazenda, como um mapa de t

Copa 2006 – O que você disse sobre a seleção brasileira?

Chega a ser engraçada a reação do povo brasileiro perante uma derrota em copa do mundo, eu particularmente nunca tinha reparado nisso, mas observando como um espectador “out” percebi algumas reações que podem ser generalizadas. A primeira e mais evidente é a transformação do mais ativo e fervoroso torcedor canarinho num mero e cético acompanhador de futebol. Antes ele dizia e batia no peito, “Com minha seleção não há quem possa!”, depois da derrota, e ainda por cima para a França, seleção da qual alguns já nos chamam de freguês, muda seu discurso completamente, apontando defeitos pré-existentes no escrete nacional. Dizendo que seria impossível levantar mais uma taça com aquele time. Aquele mesmo que há pouco era invencível. O dia seguinte à queda definitiva da disputa favorece subjetivamente as mulheres. Elas sabiam que aquele time não passava de um conglomerado de pernas bonitas e por isso apenas gritavam histéricas no avanço ou na regressão do selecionado. Os observadores mais críti

Quem estou? onde sou?

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Vou falar apenas pra eu ouvir, então posso falar de qualquer coisa. Do sexo que não fiz, do desejo incontável, do medo de perder alguém que me olha com carinho, que zela por mim, de um projeto intimo que carrego no peito e tenho vontade de fazer virar história. Nesse permeio de ensaio me perco em idéias insólitas que divulgam o âmago de minha alma. Ser escritor acima de tudo é se expor, é fazer da carreira algo que torna sua vida pública, sem querer. Não tanto pelo fato de estarmos expondo idéias próprias sobre determinado assunto, mas principalmente de colocar em pauta os sonhos que a gente fabrica com o passar dos anos. Minha vida tem sido totalmente contrária ao que um dia eu imaginei, mesmo assim me surpreendo com minha própria felicidade que foi construída baseada no amor. Ontem, quer dizer anos atrás eu possuía a certeza de fazer parte de uma conspiração que tornaria o mundo um lugar maravilhoso pra se viver. Um lugar onde o medo não teria vez, um lugar onde as pessoas saberiam s

O homem nasce, cresce, fica bobo e casa. Como se não bastasse, procria.

O pobre quando nasce é envolto numa redoma de ilusões que o faz pensar até meados de sua vida que é possível alcançar o almejado posto de bem sucedido, no entanto os percalços da vida mostram que nadar contra a forte correnteza o faz ficar sempre no mesmo lugar, os anos passam, a fisionomia muda, as pessoas ao redor mudam, mas a casta é a mesma. Sempre a mesma. Começa na adolescência com o indicio de uma vida realmente promissora. Quando o jovem começa a trabalhar e tudo que aprendeu na escola começa a fazer sentido e lhe render frutos, traz a ilusão de que o poder de adquirir bens materiais depende somente dele, e transforma a mente humana de tal maneira não é possível ver no futuro que o aguarda a realidade de sua posição social. Não é possível separar o joio do trigo, ou seja, não fica claro para ele a qual sociedade pertence. Nesse momento, planos incrivelmente palpáveis transformam o ego da pessoa pendendo sempre para aquilo que é vendido em todos os tipos de mídia possíveis e ima